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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Caminho de Santiago de Compostela

Tiago, um pescador que vivia à margem do Lago Tiberíades, Filho de Zebeleu e Salomé, irmão de João (depois chamado "O Evangelista"), atendeu ao chamado de Jesus para ser um dos 12 apóstolos.

Depois dos eventos da morte e ressurreição de Cristo, São Tiago foi pregar na Galícia, extremo oeste da Espanha, então Província Romana. Retornando a Jerusalém, foi preso e decapitado. Dois de seus discípulos, Teodoro e Anastácio, recolheram o cadáver e o levaram de volta à Galícia de navio, sepultando-o secretamente em um bosque.

O lugar foi esquecido até que oito séculos depois, um ermitão chamado Pelágio observou chuvas de estrelas sobre um ponto no bosque. O bispo de Iria Flávia, Teodomiro, logo ordenou que fossem feitas escavações no lugar, encontrando os ossos do apóstolo Tiago.

A notícia se espalhou e pessoas começaram a deslocar-se para lá a fim de conhecer a tumba, originando-se o Caminho de Santiago de Compostela.

Afonso II de Astúrias mandou construir no mesmo local da grande descoberta uma singela capela de barro, pedra e madeira em honra ao Apóstolo Tiago, proclamado padroeiro e guardião de todo o seu reino. Em pouco tempo uma cidade levantava-se em torno daquele bosque, logo chamada de Compostela, etimologicamente derivado do latim Campus Stellae, ou seja, "Campo das Estrelas".

No ano de 899 Afonso III ergueu uma Basílica com colunas de mármore sobre o rústico templo edificado por seu pai. Oito anos depois, este santuário foi saqueado pelo rei árabe Almanzor que poupou, respeitosamente, as relíquias do apóstolo. Em 1075 foram iniciadas as obras da atual Catedral, cinco vezes maior que a anterior.

As peregrinações cresciam rapidamente: homens e mulheres reunidos em caravanas iam até a tumba apostólica cumprir promessas, redimir seus pecados, buscar raízes de religiões mortas ou simplesmente aventurar-se em uma terra distante. Outros mais faziam por delegação de terceiros que para isso o pagavam; cumpriam penas criminais; tão como os que iam somente para tirar proveito dos mais incautos (ladrões, vadios etc.).

Na Idade Média eram quatro as vias históricas que entravam na Península Ibérica pelos Pirineus, trazendo concheiros da França e dos mais remotos pontos da Europa: a Turonensis, que partia de Paris; a Limosina, de Vézelay; a Podenses, por Le Puy e a Tolosana, que coligava peregrinos em Arles.

As três primeiras penetravam na Espanha em Roncesvalles dando origem a Rota Navarra. A Tolosana, via Somport, chamada desde então Rota Aragonesa, até confluir com a primeira em Puente la Reina. Desde ali, embora com alguns desvios e ramais secundários, o Caminho é único, chamado de Real Francês. No século XIV, inicia um declive das peregrinações, que acentuou-se nos séculos seguintes. Até que no século XX, as pessoas "redescobriram" o Caminho. Nos dias de hoje, há mais de 30.000 pessoas viajando pelo norte da Espanha nas três formas autênticas de peregrinação: a pé, de bicicleta ou a cavalo.

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